Nós, os animaisMárcio de Souza Bernardes style="width: 25%; float: right;" data-filename="retriever"> Há sete anos, a Índia reconheceu um novo tipo de pessoa: os golfinhos. O governo indiano assinou a Declaração dos Direitos dos Cetáceos, concedendo aos golfinhos uma personalidade jurídica própria de pessoas não humanas e, detentores de direitos, não podem ser considerados propriedade do Estado, grupo ou indivíduo. Em 2015, a França reconheceu os animais como seres sencientes e, portanto, como sujeitos de direito, que não podem ser considerados propriedade pessoal, nem definidos por valor de mercado ou de patrimônio, mas por seu valor intrínseco de ser vivo que, conforme os especialistas da área, são capazes de sentir e ter consciência de seus próprios sentimentos como dor, amor, felicidade, raiva, alegria, amizade, etc. Na mesma época, o Supremo Tribunal de Justiça da Argentina, concedeu a uma orangotango de nome Sandra, o status de "pessoa não humana", reconhecendo assim a sua qualidade de sujeito de direito. São três exemplos da luta pelo direito dos animais que, no fundo, é parte dos direitos humanos na sua longa caminhada de humanização e respeito à vida. DIREITO À VIDA E AO RESPEITO Alguém pode se perguntar: porque tratar deste assunto, em meio à pandemia, com mais de 85 mil pessoas mortas no Brasil, com desemprego, aumento da forme, destruição das instituições democráticas? O fato é que todos estes assuntos são importantes e urgentes, e, no fundo, reconhecer que todos os seres viventes têm o direito à vida e ao respeito faz parte da discussão do rumo da civilização e da sociedade que queremos. E todos estes problemas passam por respeitar ou não a vida, em todas as suas formas de manifestação. Em 1978, a Unesco proclamou a Declaração Universal dos Direitos dos Animais, reconhecendo que "o direito à existência de outras espécies animais constitui o fundamento da coexistência das espécies no mundo", ou seja, o respeito pela coexistência está diretamente ligado ao respeito dos seres humanos entre si. Afinal de contas, os humanos são também animais sencientes.
ESPECISMO É PRECONCEITO É neste sentido que Peter Singer, filósofo e professor na Universidade de Princeton, defendendo a igualdade entre todos os seres, entende que o "especismo" - um ponto de vista através do qual a espécie humana considera os animais de outra espécie como inferiores -, é um preconceito moralmente indefensável e semelhante ao racismo e ao sexismo. E, de fato, a exploração de outras espécies pelo ser humano tem o mesmo fundamento dos argumentos que, no século XVI e XVII, fundamentaram a escravidão de outros povos não europeus. No Brasil, há um projeto de lei em andamento no Congresso Nacional sobre direitos dos animais. O que nós, os animais brasileiros, faremos? |
Agentes de estado ideologizadosRony Pillar Cavalli style="width: 25%; float: right;" data-filename="retriever"> Quando se fala que a administração pública está aparelhada e foi por ato deliberado dos ocupantes do poder no Brasil nas últimas décadas, somos acusados de discurso enviesado, ideológico e outras espécies de adjetivações, que acaso partisse de algum apoiador do governo seria acusado de "discurso de ódio". O problema é mais sério e está mais enraizado do que se imagina, sendo originário além de comandos políticos de governos anteriores, também da formação cultural construída nos últimos 60 anos. A maior parte apenas presta atenção nos arroubos do STF, porém as ações com escopo de intervir na agenda política do governo parte de várias instituições, as quais são ocupadas por indivíduos que se transvestem de operadores do direito e cujo papel seria fiscalizar a legalidade, mas a verdade é que "cortina de fumaça" encobre suas verdadeiras intenções, que é a interferência em atos de natureza política, em uma verdadeira tentativa de invasão e supressão do mandato outorgado pelo eleitores brasileiros ao atual governo. O MEIO AMBIENTE E OS MILITARES Chamo atenção para duas ações do MPF, sendo uma a ação civil pública por alegada improbidade administrativa do Ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles e outra junto ao TCU, onde se abre investigação para saber o porquê cresceu tanto a nomeação de militares para cargos no governo. Os agentes de Estado, do MPF, simplesmente negam-se a aceitar e respeitar que o governo eleito recebeu mandato popular com poderes originários das urnas para fazer exatamente o que vem fazendo. No caso do meio ambiente, não há ilegalidade no comando da pasta e sim discordância com o impulso político que o governo dá à questão ambiental, a qual tem origem desde a campanha eleitoral, quando Jair Bolsonaro disse que sua política ambiental seria esta que se tenta implementar, ou seja, exploração sustentável do meio ambiente, sem permitir que ambientalistas xiitas entravem o desenvolvimento do País e, ao mesmo tempo, garantir a preservação do meio ambiente. No caso da nomeação de militares a cargos do governo é mais ridícula ainda. O MPF usa tempo, estrutura e dinheiro públicos para tentar intervir em indicações para cargos cuja nomeação é prerrogativa exclusiva e política do governo. MALABARISMOS INTERPRETATIVOS Acaso a ideologização não habitasse também o Poder Judiciário, onde juízes fazem malabarismos interpretativos e buscam comandos normativos que o legislador nunca pensou, poderíamos nos despreocupar e o problema seria menor, sendo estas ações nati mortas. Nesta toada, Estado de Direito vira sonho romântico. |